Com um elenco de protagonistas espetacular, Lupita Nyong’o e Joseph Quinn, e carregando o sucesso dos dois primeiros filmes, o spin-off Um Lugar Silencioso: DIa Um exagera no drama e não cumpre as expectativas.
Lançado no mês de julho nos cinemas, o último filme da franquia chegou com todo o hype e convidou os espectadores a voltarem no tempo. Ao contrário dos dois primeiros filmes que contam a história da família Abbott lutando por sua sobrevivência contra as criaturas já em um país devastado pelas criaturas que se guiam pelo som, neste spin-off somos levados ao dia um, ou seja, o momento em que as criaturas chegaram na Terra.
Na trama, acompanhamos Sam, uma mulher com uma doença terminal, que em uma visita ao teatro no centro de Nova Iorque, presencia a chegada dos alienigenas, e vê o mundo como ela conhecia ser destruída. Sam, então, é obrigada a lutar pela sua sobrevivência, mas, juntamente com os outros sobreviventes da cidae, precisa fazer isso em silêncio, pois as aterrorizantes criaturas se guiam pelo som.

Com uma sinopse interessante e personagens cativantes, o melhor de Um Lugar Silencioso: Dia Um acabou ficando nos trailers. O filme tem uma pegada bem diferente dos seus antecessores, o que é natural e até saudável. Aqui temos um foco nas relações humanas, em como elas se constroem e se dão no meio de uma catástrofe em que a principal forma de comunicação, a fala, é impossibilitada. O filme reflete também sobre os impactos na saúde física e mental dos sobreviventes: ataques de pânico, tomadas de decisões antes impensáveis, falta de medicamentos essenciais e a perda da arte, não é possível tocar música, os livros foram perdidos, não existe mais teatro cinema… Seria isto vida ou apenas sobrevivência?
Apesar de trazer estas reflexões importantes, ao focar muito no drama, o longa acaba por esquecer a tensão, tão importante nos outros e que carrega a atmosfera de um filme que depende quase 100% das expressões faciais e gestos dos atores. Existem sim momentos de suspense em que o espectador fica vidrado na tela, como um todo o filme se arrasta, tem um final previsível e muita dificuldade para prender a atenção – na sessão que assisti, tinham risadas e conversas em vários momentos.
Talvez, o erro tenha sido na divulgação, que prometeu explicar como a cidade de Nova Iorque sobreviveu a catástrofe, e pouco mostrou a vida geral da cidade, e a chegada dos aliens, tão esperada pelos espectadores, dura menos de 5 minutos, sem explicar muita coisa.
No geral, apesar de boas atuações e momentos bem emocionantes, você termina o filme com a sensação de que metade dele poderia não existir e não tem vontade de assistir uma continuação.
Filme: Um lugar silencioso: Dia Um
Ano: 2024
Classificação: 14 anos
Onde assistir: Cinemas
Deixe um comentário