Recentemente, eu assisti todas as seis temporadas de Sex and The City pela primeira vez. Mas, não fui apenas eu. Todas as minhas amigas – que possuem em média 25 anos – estão assistindo. Não há uma roda em que eu não me sente e comente sobre a série, em pleno 2024, e não tenha alguém para comentar: menina, eu tô vendo e amando? Então, comecei a pensar se Sex and The City é uma daquelas séries atemporais, que todos sempre vão ver em algum determinado momento da vida.
Na série, quatro mulheres (Carrie, Samantha, Miranda e Charlote) vivem os prazeres e desprazeres da vida em Nova Iorque, mais precisamente em sua deslumbrante capital: Manhattan. As quatro tem personalidades muito diferentes: Carrie escreve para uma coluna sobre sexo (que dá o nome da série) e está sempre procurando um amor, ainda mais se ele estiver no cara errado; Samantha trabalha como relações públicas e tudo que menos quer é amar, ela é da teoria da branca de neve, pra que ter um se pode ter sete?; Miranda é uma advogada que vive a vida de maneira muito centrada, evita correr riscos, é focada em sua carreira e quer um relacionamento estável; Já Charlote, que completa o quarteto, vive no mundo de conto de fadas, ela trabalha como curadora de uma galeria, quer o homem perfeito, a casa perfeita e o relacionamento perfeito.

Apesar de serem muito diferentes, tem uma coisa que as mantem unidas sempre: a amizade. Sex and The City é sim sobre a busca pelo amor das quatro protagonistas, mas é muito mais sobre como, quando tudo se vai, o que ficam são as amizades. Juntas, as quatro passam por altos e baixos em todas as áreas da vida, tem desentendimentos, sim, mas sempre encontram o caminho de volta uma para a outra, porque entendem que é aquilo que realmente importa.
Mas, mesmo sabendo que amizade é universal, não acho que é por isso que Sex and The City é uma série atemporal. Quando contei pra minha mãe que estava vendo a série, ela me olhou como se não entendesse, afinal, a série era muito antiga. Então, falei que não apenas eu, mas todas as minhas amigas estavam assistindo. Ela, então, logo ligou o fato da série ter ganhado uma continuação recentemente (And Just Like That…) e falou que era por isso que tantas pessoas estavam assistindo.
Apesar de ser jornalista, trabalhar com marketing e saber como isso influencia sim no hype, acho que o motivo para tantas mulheres estarem assistindo é muito mais pela vida real que a série passa. Veja bem, são 6 temporadas, uma penca de corações partidos, desilusões amorosas, desemprego, caras babacas, viagens, cortes de cabelo, baladas, decisões erradas e roupas maravilhosas. Se você desconectar essa descrição da série, vai perceber que ela é capaz de se encaixar a vida da sua melhor amiga.
Sex and The City mostra que tá tudo bem se os seus planos não saíram com planejado. Se o príncipe encantado não chegou, você ganha mal no seu emprego, se iludiu com mais um cara que conheceu na balada, tomou um porre num bar e teve que trabalhar de ressaca e parece que a sua vida não vai pra frente… tá tudo bem. Você ainda tem muito tempo, os “25,30, 35 anos” não são o final da sua vida, e sim o começo. E é nesse ponto que Sex and The City mais acerta, em não esconder o lado ruim da vida. E é por isso que eu e todas as minhas amigas estamos assistindo: nenhuma de nós sabe exatamente o que estamos fazendo rs
Brincadeiras a parte, é reconfortante ver uma vida normal na tela, se identificar e pensar que: pode ser que demore, mas vai dar tudo certo. Sex and The City dá vontade de acordar todo dia, correr atrás dos seus sonhos, morar em Nova Iorque, e ser uma super mulher que toma café com as amigas sempre. Mas também te fala que tá tudo bem se você acordou hoje sem vontade de viver e só vai cumprir as suas obrigações, e se você não tem obrigações e quer ficar deitada o dia todo, tudo bem também.
Sex and The City é uma série atemporal, é o must watch da lista de qualquer mulher. É entender que a vida é bonita exatamente por não ser perfeita.
Série: Sex and The City
Ano: 1998 – 2004
Classificação: 18 anos
Onde assistir: MAX
OBS: não da pra passar pano. Apesar da série ser maravilhosa em vários níveis, também é muito problemática e tem diversos preconceitos muito escancarados: homofobia, gordofobia, racismo…
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